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- 2021-12-09 - ? (Creation)
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O Teatrão foi fundado em 1994, dedicando-se à criação de espetáculos e atividades pedagógicas para a infância, inexistentes até então na cidade de Coimbra.
No final da Capital da Cultura de Coimbra, instalou-se no Museu dos Transportes, na zona baixa da cidade. A possibilidade de programar trouxe ao Teatrão a oportunidade de desenvolver dinâmicas para públicos mais diversos, fundamentais para a evolução do projeto e que transformaram este espaço provisório numa das principais salas de espetáculo da cidade. Até 2008, o Museu acolheu dança, música, teatro, das principais companhias do país, de emergentes e artistas locais, trazendo milhares de espetadores ao Museu. Foi igualmente neste período que o Teatrão viu crescer o seu projeto pedagógico, acrescentando às Classes de Teatro (2001), outros programas de formação dedicados a jovens com necessidades especiais, pessoas de idade maior, companhias amadoras, entre outros. Em 2008 o Teatrão assume a Oficina Municipal do Teatro (OMT), transformando este espaço num polo dinâmico de programação cultural, proporcionando à cidade espetáculos dos mais variados géneros e para diferentes públicos, iniciando um projeto que assenta na relação aberta e informal com todos os agentes, parceiros e públicos da cidade e do país, ampliando a sua oferta educativa e explorando diferentes formas teatrais nas suas criações.
A partir de 2012 o projeto pedagógico expandiu o seu território, criando redes e parcerias com municípios vizinhos, com a academia e com outras estruturas da cidade Internacionalmente criou parcerias com estruturas da Bélgica, Holanda, Itália, Irlanda e Reino Unido.
Em 2014 concebe a Rede Artéria – criação e programação – que operou em 8 municípios da Região Centro até 2021, para a qual prepara uma publicação final e nova edição para o ciclo 2020/2030.
Atualmente o projeto pedagógico distingue-se por ser um projeto empenhado na criação teatral que afirme a qualidade dos seus profissionais e desafie os públicos, cruzando-os com seu projeto pedagógico, e os projetos de mediação e participação das comunidades.
Destaca, dos inúmeros parceiros académicos, o Centro de Estudos Sociais (CES) da UC com quem desenvolve sofisticados e inovadores processos de intervenção e participação, em projetos de investigação nacionais e europeus com os seus programas e criações. As desigualdades existentes no acesso à cultura são, desde o início da sua atividade, uma realidade a transformar. A defesa do ensino artístico de qualidade, do teatro, desenvolvido por profissionais capacitados e experientes em todos os níveis de ensino é outro dos seus desafios de sempre. O reconhecimento público do projeto do Teatrão é demostrado pelo recente estudo de públicos do CES, onde o Teatrão é o projeto, local de programação mais reconhecido pelos públicos. O Teatrão é o único espaço acessível da cidade, com LGP e Audiodescrição. A OMT integra a RTCP e a Rede de Teatros de Programação Acessível. Ajudou a criar e faz parte da direção da Descampado, rede de estruturas de todo o país, descentralizadas e com lógicas inovadoras de cooperação, sustentabilidade e valorização dos territórios.
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SINOPSE
Partindo da obra da família, de Valério Romão, construímos um espetáculo sobre as transformações atuais na estrutura e dinâmica das famílias. Com dramaturgia criada pelo autor, serão cinco dessas histórias que o TEATRÃO levará a cena a partir de 9 de dezembro, em duas partes e em dias distintos. Os cinco episódios familiares têm uma estrutura fabulista, mítica e fantástica, embora paradoxalmente quotidiana. Os episódios não estão propriamente localizados nesta ou naquela época, não fazem parte do passado embora também ali estejam, nem são contemporâneos, embora reconhecíveis no dia a dia. Sem ter qualquer pretensão ensaística ou formal, o tratamento melodramático, no melhor sentido da palavra, tem uma estrutura épica que, de forma inadvertida ou propositadamente, sabe-se lá, desassossega o recetor. Nas cinco casas que mostramos, os pais são todos Henriques, as mães são todas Martas, os filhos Rogérios, Antónios, Ritas e Raqueis e os cães Neros. As fendas na construção familiar são as de todos nós, os velhos a quem não conseguimos atender, os novos a quem não conseguimos educar, a paixão que não conseguimos manter, o futuro que não podemos vislumbrar. Da família é uma espécie de condomínio à beira de um ataque de nervos cujo ansiolítico é a fantasia e que achamos dever prescrever aos espectadores em dose dupla.
Também a partir deste desassossego, que logo à partida nos desequilibrou na aproximação à obra, queremos propor um ciclo de atividades que de alguma forma abordem assuntos que a obra nos suscita. Não para desvendarmos qualquer mistério, já que não é mister da arte deslindar charadas, mas socializar angústias.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Dramaturgia: Valério Romão
Encenação: Marco António Rodrigues
Assistência de Direção: Mariana Pereira
Interpretação: Cláudia Carvalho, Isabel Craveiro, Hugo Inácio, João Santos, Margarida Sousa, Pedro Lamas e Sofia Coelho
Desenho de Luz: Jonathan Azevedo
Cenografia e Figurinos: Filipa Malva
Composição e direção musical: Victor Torpedo
Sonoplastia: Pedro Fonseca / Coletivo AC e Nuno Pompeu
Apoio Vocal: João Rui
Apoio ao movimento: Ana Figueiredo
Design Gráfico: Paul Hardman e João Oliveira
Fotografia: Carlos Gomes
Cabeleireiro: Carlos Gago (Ilídio Design)
Direção Técnica: Jonathan Azevedo
Direção de Cena: Afonso Abreu, Diogo Barbosa, Diogo Simões, David Meco e Mariana Pereira
Operação de Luz e Som: Jonathan Azevedo e Nuno Pompeu
Construção e Montagem de cenário: José Baltazar, Josh Ford, Manuel Carvalho, Paul Yem, Tiago Antunes e Nuno Pereira
Costureira: Albertina Vilela e Lídia Mota